sexta-feira, 23 de setembro de 2016

TEATRO NACIONAL


O Teatro Nacional Cláudio Santoro, mais conhecido como Teatro Nacional, foi construído em várias etapas. Suas obras foram iniciadas em 30 de julho de 1960 e entregues em 6 de março de 1979. Destaca-se do conjunto da Esplanada dos Ministérios pela volumetria piramidal que se contrapõe à quadrangular dos Ministérios. Com mais de 45 mil metros construídos, o maior conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer na capital federal.



Sua área externa é revestida por um painel formado de blocos de concreto nas fachadas laterais, criado por Athos Bulcão em 1966. Esta é a obra de integração da arte à arquitetura de maior dimensão no Brasil, medindo 125m na base maior por 27m de altura. Segundo Athos, essa era a sua obra favorita. De acordo com o artista, o arquiteto Oscar Niemeyer disse-lhe que o Teatro Nacional precisaria ter um aspecto sólido, pesado, e ao mesmo tempo leve. Buscando solucionar tal oposição, Athos criou séries de paralelepípedos com volumes variados que dispostos na parede inclinada do Teatro proporcionam a sensação de leveza com a luz do sol e de peso com a sombra, de regra e liberdade, adquirindo movimento cíclico ao longo do dia. Por isso, este relevo é chamado de "O sol faz a festa".

Em formato de pirâmide truncada, de base trapezoidal (125 metros na maior extensão) e 27 metros de altura, o Teatro Nacional de Brasília abriga duas salas principais: Villa Lobos (Oeste / W), com 1.307 poltronas; e Martins Penna (Leste / E), com 437 lugares. O projeto original previa a possibilidade de utilização conjunta — bastando suspender uma divisória móvel —, formando um grande teatro de arena. Essa possibilidade foi eliminada, em algum momento da saga da construção, pela construção de uma divisória em concreto.

Um vão não aproveitado pelo projeto original deu lugar a uma terceira sala, Alberto Nepomuceno (face Norte / N), de 95 lugares. 

Segundo Niemeyer, a forma surgiu da proposta a ser equacionada: "Eram dois teatros a projetar, e isso explica a solução adotada". Foi projetado em poucos dias: "Em Brasília, tudo foi feito a correr. Elaborei o projeto durante um carnaval. No dia seguinte, convoquei um especialista em acústica da Alemanha, Lothar Cremer, que uma semana depois já estava em Brasília nos atendendo".


No plano criado por Athos Bulcão, os painéis que compõem a obra O sol faz a festa são cobertos por 3.391 cubos — 1.693 na lateral sul e 1.698 na lateral norte — de cinco tamanhos diferentes. Falecido em julho de 2008, o artista plástico ainda estava vivo quando foi iniciado o processo de restauro das fachadas e chegou a participar do processo.

"O Sol faz a festa"

Instalados em 1966, os cubos de concreto foram retirados em março de 2007 como parte do processo de recuperação do prédio. Danificados pela ação do tempo, os antigos blocos de concreto foram substituídos por ornamentos idênticos feitos de fibra.

Claudio Franco de Sá Santoro (1919 —1989) foi um compositor e maestro brasileiro, fundador do Departamento de Música da Universidade de Brasília. Em 1979 fundou a Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, atualmente Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, da qual foi regente titular até sua morte em março de 1989.

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